17 setembro, 2014

"Ventos da inconstância"

O que eu sinto eu não ajo. O que ajo não penso. O que penso não sinto. Do que sei sou ignorante. Do que sinto não ignoro. Não me entendo e ajo como se entendesse. | Clarice Lispector

Começo com um singelo, Oi Deus! Bem, busco palavras, mas bem o sabes que esses últimos anos, muitas coisas aconteceram em minha vida, umas boas e outras um tanto quanto amargas, bem, tu sabes bem quais foram, conhece-me mais do que eu mesmo!

Nesses longos anos, desaprendi a orar, desaprendi a crê, desaprendi a amar-te. Abri mão de sua presença, mesmo você não abrindo mão de mim. Diversos foram os momentos que me deixei divagar em minhas interrogações, perdi o norte, o direcionamento, e deliberadamente deixei a sombra da dúvida ofuscar a clareza da luz.

Em um passado distante, que não faz tanto tempo assim, um, dois, três anos, um laço mantido pela fé foi se enfraquecendo, se dilacerando, não sei ao certo em que ponto da jornada, a mente ficou turva, e a neblina começou a dificultar a visão que tinha sobre tu. O  horizonte perdi de vista, inclinei-me e o mundo estranhamente tomou um sentido diferente, particular, sem a existência de um Deus reconciliador.

Reconstruindo a caminhada até agora, vejo com mais exatidão, a sombra da inconstância em meu viver, no meu proceder, em minha fé. Uma fé que oscila constantemente conforme o meu humor.

Eterno, desejo não viver mais esta inconstância que me distancia de ti. Peço humildemente nesta minha oração, que me ajude mais um pouco, me ajude a superar os desafios que se seguem, as dúvidas que se somam, e a tenaz neblina que ofusca a claridade da luz do teu rosto, pois bem, eu sei as minhas limitações e quão negligente eu venho sendo nesses últimos anos, faça com que eu volte ao caminho original, e volte a sentir a beleza daquele primeiro amor, quando estava e caminhava em sua presença.

Que Deus seja louvado em Cristo, Amém.

Fernando Saraiva

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