19 junho, 2013

 "O SILÊNCIO DAS IGREJAS FRENTE O APELO POPULAR"



As luzes ainda raivam no dia 05 de junho de 2013, cerca de 50 mil “manifestantes” ligados a inúmeras igrejas cristãs evangélicas, tomam os “jardins” de Brasília capital do Brasil, com palavras de efeitos, alimentadas por uma “fé de mais”, gritam e  gesticulam sobre a liberdade de expressão, gritam querendo preservar o seu direito de humilhar pessoas que aceitaram assumir a sua forma de amar.  No dia 13 de junho, milhares de pessoas lotam as ruas da cidade de São Paulo, reivindicando não apenas a redução de R$ 0,20 centavos na tarifa do transporte público, mas sim mais de 500 anos de exploração por parte de políticos, que se utilizam do dinheiro público para fazer fortunas particulares.

Centenas de manifestantes foram presos, outros tantos sofreram agressões que podem resultar em serias sequelas para a vida inteira. Ao contrário do primeiro ato, nenhum desses manifestantes pertencia ao grupo de "manifestante" do dia 05 de junho de 2013. Nenhum líder da primeira manifestação tomou partido ou veio a público defender aqueles outros manifestantes que apanharam nas ruas da cidade paulista. O que se pode extrair disso tudo?  Que para alguns é mais perigoso para a nação a união de casais do mesmo sexo, do que a corrupção, a desvalorização, e descomprometimento de nossos lideres políticos, que lideram não somente uma igreja, não somente uma bandeira ideológica, mas toda uma nação! 

Ontem, 18 de junho de 2013. O Deputado Marco Feliciano (pastor evangélico em tempo integral), no já consagrado estilo de se fazer política em nosso país, enquanto todas as atenções estavam voltadas para os movimentos populares contrários a privatização do povo brasileiro, que está farto da extrema carga tributária e vitima de serviços precarizados e sucateados por falta de investimento dos governos, aprova a malfeitora "cura gay"! Que na verdade não passa da tentativa de IMPOR a supremacia de uma "elite santa", que de santa não tem nada!!! Que quer impor o seu estilo de vida como o único a ser seguido! Qualificando o amor que muitos possuem como doença. Recuso-me a acreditar que um dia estive do outro lado! Justamente eles que dizem ser a luz do mundo, o sal da terra, acabam por sua vez em atitudes como essas esfriando qualquer tipo de amor ou elo que se possa ter com o profeta Jesus. Que falava da necessidade de se cultivar o amor e não o ódio.

É triste pensar que tais lideres, que poderiam muito bem usar a influencia que exercessem (por que exercessem mesmo),  de seus fieis súditos/ clientes/ para lutarem por causas que realmente valem a pena. Triste pensar que a mesma teologia, que vitimou milhares na inquisição na idade média, que mostrou o terror do cristianismo ao mundo, ainda ocupe lugar nos corações dos “crentes” em pleno século XXI.

É lamentável vê que de todos os “pecados” o único e o mais terrível de todos, o amor, é punido com severidade e sem compaixão... Enquanto outros como o amor ao dinheiro (pastores riquíssimos que pregam a teologia da prosperidade), são vistos como heróis nacionais pelos evangélicos alucinados por LSD.  

Quão bom seria, e seria mesmo... Se os cristãos se parecessem mais com Cristo, do que com seus lideres malfeitores (pastores)... Que fossem aos templos e expulsassem os comerciantes que por lá vendiam e desvirtuavam o templo. que não fossem conformados com o presente século, mas que fossem transformados e transformadores da sociedade pela renovação de seu entendimento, talvez e só talvez... a luz pudesse ser enxergada por aqueles de nós que ainda não foram achados pelo caminho.

Reflexão e Vida


Fernando Saraiva

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