03 julho, 2012

Quando a fé vira uma convicção inútil


O que de fato é ter fé? O que é fé? Faço essas perguntas insistentemente, mais ainda não obtive uma resposta plausível que me satisfaça completamente. Quando indago certas pessoas (cristão) invariavelmente estes  esforçam uma resposta a muito já resenhada “Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos”.  Hebreus 11.1. O que há de errado com este conceito de fé? Simplesmente ele não te pertence, ele não  é seu!!!

Sou naturalmente forçado a indaga-me se a fé resumir-se-ia a apenas um amontoado de palavras (versículos) encontrados sistematizados em um livro sagrado (Bíblia). Na atual diversidade religiosa que vivemos um verdadeiro “Olímpio dos deuses” se erigiu ao nosso redor, a construção da fé tornasse cada vez mais trabalhosa.  Analisando alguns amigos cristãos, católicos, evangélicos, protestantes, e entre outros, pude sem sombra de dúvidas chegar a uma conclusão, eles crêem diferente, eles não possuem a mesma fé, muito embora em muitos casos o objeto desta fé seja assombrosamente igual e o seu conceito inevitavelmente o mesmo. 

A fé cristã tornou-se em poucos séculos uma convicção inútil, inútil à medida que se transformará em uma verdadeira cópia mal redigida e ensaiada por seus interpretes, onde o crível está associado a “visão” do pastor, apostolo, do bispo, do missionário, padre, reverendo, papa e de “n’s” nomenclatura.  

O que de fato é ter fé? O que é fé? Faço essas perguntas não com um “espírito prepotente”, de alguém que sabe tudo, não, eu sou tão limitado como aquilo que limita. Como sou imperfeito, e esta certeza me faz feliz, pois não vivo na neurose de alcançar o inalcançável, de construir, o que não posso com minhas mãos conquistar, a santidade, pois todas as minhas obras são como trapos sujos aos olhos do Senhor. 

Talvez fé, seja isso!!! Uma construção, tão perfeita... Que estamos longe de encontrar um conceito que a defina bem. Alguns confundem-na com fanatismo, fundamentalismo e extremismo, isso definitivamente não é fé!!Alguns em nome da fé ambicionam separar-se do mundo e da carne, como se estes fossem espectros malignos e podres dominados pelas inescrupulosas forças do mal, alguns confundem-na, como a tentativa de se enclausurar em mosteiros, montanhas e vales, como forma de alcançar o “invisível” e ou entrar em sintonia com o cosmo, mas como se dar isso, sem construir um relacionamento como o visível? Outros seres humanos que também são “instrumentos” de fé?   

Na minha simplicidade, levando bases para um conceito de fé, esta seria: O levantar diário do crível dentro de cada um, seria a perfeita sintonia entre, Deus, Eu, e Você, na qual a uniforme graça de Deus reina e habita igualmente em nossos seres, sem rituais e ou simbolismos, sem barganhas e permutas, senão houver essa reciprocidade a  fé vira apenas uma convicção inútil e sem propósito. 

  Paz e Vida.                                                             
                
   Fernando Saraiva

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